18 de maio de 2011

One.

02:25. Registrando meu momento de solidão ao som de Don't Let Me Down, dos eternos The Beatles. Com uma xícara de café para esquentar as mãos. Isso. As mãos e não meu corpo. Para meu corpo tem o edredon me envolvendo com seu abraço macio e deliciosamente gostoso.
Sentada aqui, na frente dessa maquina de escrever eu penso. Penso com meus poucos neurônios que me restam. Não me pergunte no que eu penso porque isso... Há, isso nem eu sei, meu caro. Apenas penso. No vazio. Até enquanto dormimos nós pensamos porque sonhamos por mais que não nos lembramos depois. Mas pensamos. Ah sim, pensamos!
02:32. Meus pensamentos são dispersos por um SMS dizendo: "Precisamos de você aqui, agora!"
Meu parceiro. Meu parceiro de crimes. Viro meu café em dois goles, calçando meu all star e colocando meu sobretudo. Pego a chave do carro, bolsa e desço para a garagem, aquecendo o carro. Abaixo o volume da música tocando Oasis e vou ao encontro de Billie Todd, meu parceiro.
Um corpo que estava no rio debaixo de uma ponte.
- Suspeitam de suicídio. - Diz Todd, esfregando suas mãos uma nas outras.
- E você me tirou de casa por... Suicídio? É isso? O que diachos estou fazendo aqui se é suicídio?
- Eles pensam isso. Eu... Não. Ele não tem o mindinho e o polegar da mão esquerda. E o sangue é recem coagulado. Por que... Por que alguém cortaria os dois dedos e depois se jogaria de uma ponte?
- Porque esse alguém tem disturbios mentais e não estou ligando para isso.
- Ok, então, talvez isso te interesse. - Continuou a falar - John Foreman, 22 anos, solteiro. Morava em frente a uma danceteria onde vivia garotas bonitas e ele levava para seu apartamento depois de muita bebida. Vivia no auge da vida. A melhor parte. Eu é que não seria burro em me matar - brinca com um sorriso atentador. - Além do mais, ele tinha um emprego bom, pagavam bem.
- E...? - Falei com tom sarcástico.
- E que... Certo, desisto. Tu é muito difícil. Mas eu tenho quase certeza... Certeza de que foi um homicídio!
- Certo, meu amigo. Agora faça um favor para nós dois. Fecha essa matraca e me envie a ficha dele completa com as fotos do crime que eu analiso em casa.

Essa sou eu, meus caros, Julie Gessinger, investigadora criminal.

2 comentários:

... disse...

Adorei!

Andryo Dias disse...

Eu não tindi... huashaush