24 de março de 2009

Saudades...

Saudades de quando eu não precisava me preocupar com provas e um futuro próximo. Saudades de quando eu era uma criança e brincava de bonecas, pega-pega, esconde-esconde e polícia ladrão. Saudades de quando meu boxer destruía inúmeras plantas da minha mãe e ela ficava puta da vida, saudades do dia em que ele caiu da escada de uma altura de dois metros, e subiu se mijando e andando em zigue-zague, saudades dos sapos que ele afogava na piscina e latia para eles, como se eles fossem atacar um cachorro, saudades de quando ele fugia, ficava dias fora e eu vivia num choro até que ele voltasse, para a minha surpresa, numa dessas fugidas ele não voltou, e nem sinal dele. Há seis anos, seis anos atrás pedaço do meu coração foi arrancado e não sei onde ele está. Não sei se morreu, se está vivo, se alguém pegou ele e está cuidando e dando amor como nós dávamos, e isso é o que mais machuca, não saber dele.
Quase um ano atrás, abandonaram um cachorrinho... Um filhotinho no meu terreno, com roupinha e tudo. Era uma sexta-feira e a agropecuária não deixava animais durante o final de semana. Tivemos de ficar com esse pestinha até segunda. No primeiro dia, ele dormiu no meu quarto, numa caixinha. No segundo dia, colocamos ele com os demais cães, para ver se o aceitariam. E o aceitaram. Ele correu, brincou, mordeu, capotou algumas vezes. Ele havia se enturmado e, então, chegou segunda-feira. Quem disse que nós levamos para a agropecuária... Não poderíamos fazer isso, ele encontrou amigos e um lar, e já havia conquistado nossos corações. Hoje percebo que aquela parte que foi levada à seis anos atrás, voltou, e voltou com tudo.
Mas voltando ao foco, saudades com certeza é o pior sentimento que já inventaram. Sentir falta de algo deixa a pessoa desanimada no momento, diga-se de passagem. Seja saudades do passado, de algum show, algum parente, cachorro, gato, cavalo, mas o principal, provavelmente para a maioria, são os amigos. Aqueles que moram longe, que nós não vemos com frequência. Aqueles que, mesmo virtualmente, conquistam a nossa confiança. Aqueles que mesmo com a distância o amor continua o mesmo. É, eu sinto falta de várias pessoas.

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