11 de junho de 2009

Outra vida.

Talvez eu estivesse me iludindo com tudo isso, talvez não. Depois de horas na frente do computador, ouvindo música, me divertindo, procurando me distrair do mundo a fora, resolvi parar tudo, abrir o Microsoft Word e escrever algo. Porém a falta de criatividade me consome e, então, fui para cozinha, em plena madrugada com uma baita lua lá fora, lua cheia por sinal, grande, bonita. Esquentei meu café. Abri a porta sentindo a brisa fria batendo sob meu corpo seminu. Fiquei ali, por horas pensando na vida e imaginando. Como seria a vida de alguém que viaja pelo mundo a fora? Já pensou se você fosse um Rock Star? Nossa que bacana, hein? Tocando e mostrando para seus fãs, suas letras inesquecíveis e solos excepcionalmente excitantes. Se embebedando e ficando louco. Uma vida que, com certeza, a maioria de nós gostaria. Alguém que vocês os admirem muito, Axl Rose, Ozzy Osbourne, Eddie Van Halen, Gene Simmons, Kurt Cobain, Jimi Hendrix? Tanto faz, todos foram, alguns ainda são, astros do Rock. Apesar de que, particularmente, não gosto muito do Kurt, mas admito que fez coisas inimagináveis para a história do rock n’ roll. Cansando de ficar em pé, já com meu corpo gelado devido ao frio, voltei para meu quarto. Caí de duro na cama. Pensando. Pensei comigo no que escrever. Poucos minutos depois, sentei diante do teclado e comecei a digitar. Algumas pessoas fazem com que eu me distraia, mas eu continei. O barulho das teclas batidas já nem escuto mais, fiquei tão fissurada digitando, como se fosse um hobby, ou melhor, é um hobby. Nem olhei para a tela, somente teclado. Teclas, pontuações, números, estava tudo girando ao redor da minha cabeça. Até que, tocou o telefone, madrugada acabava-se, nascer do sol estava por chegar. Quem que iria ligar para mim a essas horas? Pensei comigo mesma. Deixei tocar, estou dormindo, falei sozinha, dando risadas em seguida.
Acordei umas duas da tarde, fiz meu miojo e voltei para o meu bendito computador. Falei com pessoas para me distrair, ouvindo música. Resolvi abrir meu texto novamente. Li e reli e não sabia o que escrever para dar continuidade. Digitei umas cinco vezes a mesma coisa, mas sempre apagava, não ia adiante. Claro que, eu não deixei de falar com meus amigos, não. Eu fiquei me divertindo com eles, esquecendo da minha própria vida. Resolvi então, fazer uma pausa no texto, pegar um café na cozinha e pegar meu cachorrinho que estava lá fora, o Dany. Voltei para meu quarto, com o cão no colo e uma idéia absurda passou por mim. Resolvi sair dessa vida, viver mais a minha vida, não a do computador. Peguei minha bolsa, com pouco dinheiro, e saí andando pela rua a fora. Desanimada, triste, pouco alegre. Depois de um bom tempo andando e os meus pés doendo, parei para descansar, em plena madrugada, frio que gelava a estrutura óssea toda. Fui num posto de conveniência, que por mais absurdo que seja, estava aberto, pedi um café para me esquentar e um mísero pão de queijo que, por menor que ele fosse, matou minha imensa fome. Sentei-me em uma das mesinhas, e fiquei de olho pela redondeza, como quem não queria nada com nada. Apareceu um rapaz, não muito maior que eu, de preto, all star, com uma blusa do Rolling Stones, com fones no ouvido, com certeza ele curtia o bom e o velho rock n' roll. Um rapaz atraente, digamos. Ou melhor, lindo, perfeito. Como não havia outras mesas pois estavam todas ocupadas, só a que eu estava sentada, chamei para sentar-se comigo, claro. Conversa vai e conversa vem. Ambos já congelados devido ao frio. Ele me ofereceu carona. Peguei o endereço dele e o telefone, para continuarmos mantendo contato. Ele me deixou em casa, fechei a porta, e encostei minhas costas nela, suspirando, com um ar de felicidade.
Um tempo depois, eu fiquei mais que decidida, eu queria, eu precisava dele, era só ouvir a voz dele que minhas pernas ficavam bambas, não as sentia. Como nós já somos íntimos, quando ele chega perto de mim, eu sinto um calafrio, alguma coisa dentro de mim quer que eu o beije, mas sempre resisto. Mas, eu queria, precisava dele por perto. Só não sabia como fazer, pensava, repensava, passava noites em claro pensando no que e como falar a ele. Tomei coragem e conversei com ele. Fiquei ansiosa, não sabia... Não teria nem idéia em onde isso iria parar. No que resultaria?
Minha barriga está doendo de ansiedade, eu estou tremendo, ao mesmo tempo, de certo modo, eu estou boba. E então, chegou o inesperado, ele me pediu em namoro, meu coração havia saído do corpo, pude senti-lo batendo no ar, pulsando rapidamente. Com um sorriso de orelha a orelha, me sentindo no ar, na lua, Japão, plutão, onde queiram... Enfim, eu estava realmente feliz! Dias de felicidades estavam por vir, e vieram.
Uma noite linda e perfeita de amor. Ambos cheios de amor, carinhos, sorrisos e arrepios a todo o momento. Acordamos de conchinha. Com lençóis brancos cobrindo nossos corpos. Com a janela aberta as cortinas se mexiam conforme o vento passava por elas. Começamos a acariciar nossos rostos, ele com sua mão suave passando pela lateral do meu rosto, fechei meus olhos e adormeci. Ele levantou-se, vestiu um samba-canção. Depois, voltou para a cama, com um café para mim, em uma bandeja. Ele a põe na cama e abre as cortinas, um tempo nublado, sem sol, as folhas secas e alaranjadas das árvores caíam. Senti ele me dando um selinho. Abri meus olhos e olhei para ele com um sorrisinho. Peguei o café, dando leves goles para não queimar minha boca. Quando terminei, fui para a beirada da cama, me juntando a ele que estava sentado na ponta, e dei um beijo na sua nuca, abraçando-o por trás. Levantei-me da cama, com o lençol enrolado sobre meu corpo. Ele foi para a varanda, com seu violão e começou a tocar uma música calma, tranqüila e ficou observando as folhas sobrevoando o ar até caírem no chão. Fui para a varanda fazer companhia para ele, sentindo a brisa batendo em mim e fazendo calafrios. O sol estava se pondo na colina que se estendia por um pasto com cães correndo.

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